É incrível a minha sorte.
Eu nem
queria jogar esse maldito jogo, mas quando decido jogar sou a primeira que a
garrafa aponta. E ainda pego uma garota traiçoeira, que conseguiu me fazer uma
pergunta, me desafiar e ainda me mandar fazer o negócio idiota dos 7 minutos
não sei aonde que nem era o jogo que nós estávamos jogando.
Tudo de uma vez só.
Olhei para Justin, que já estava me observando.
Tentei falar desculpa, mas eu estava paralisada. Ele ora me encarava, ora
encarava a loura biscate.
Essa não é a maneira certa de se conhecer uma
pessoa, sabe como é, em um armário escuro em que todos pensam que está rolando
beijos e agarração.
As coisas não são assim. Ou pelo menos não
deveriam ser.
- Então, aceita Justin? – perguntou, colocado fim
aos meus pensamentos.
Justin sorriu ironicamente – um sorriso até então
desconhecido por mim – e meneou a cabeça em “nãos” seguidos.
Se doeu? Lógico que não, eu nem o conheço.
Mas foi meio constrangedor, vamos combinar.
E então todo mundo começou a entoar:
- AMARELÔ-OU! AMARELÔ-OU! AMARELÔ-OU!
E então eu vi seus olhos faiscarem. Ele levantou
determinadamente, passou a mão na calça e disse que ia.
Eu não sei bem o que aconteceu depois. Só sabia
que eu fui parar no armário com cheiro de mofo.
E que esse jogo, deveria se chamar 7 minutos no
inferno.
Eu, de certo modo, sabia que ele não ia ficar me
agarrando no armário, desde que eu entrei para a banda não trocamos nem meia
dúzia de palavras e ele não parece ser esse
tipo de garoto. Tenho certeza de que Pattie deu educação para ele.
- Desculpa por isso, é tão ridículo... – disse
baixo, coçando o nariz.
- Não foi sua culpa. – ele me interrompeu, de um
modo grosseiro.
E então eu fiquei quieta. Quero dizer, não
inteiramente quieta porque eu coçava o nariz e isso fazia um certo barulho. Mas
sabia que o clima não admitia conversas.
A porta foi aberta depois do que pareceram horas.
Eu de um lado e Justin do outro. Estávamos tão encolhidos que entre nós cabiam
umas três pessoas, no mínimo.
O povo começou a vaiar e Justin me puxou pela
mão. Nos esquivamos de todos até chegarmos, de alguma forma, na porta da casa
da garota. Chaz e Ryan chegaram e em seguida nós corremos até o outro lado da
rua. Assim, sem nos despedirmos de ninguém. Não que eu queira ver a cara desse
povo novamente, mas mesmo assim, foi tenso. A chuva estava forte e eu agradeci
mentalmente por Chaz me oferecer uma blusa.
- Vamos Summer. – Chaz disse, sem eu nem mesmo
ter entrado na casa dos Bieber (ele entrou para pegar a blusa). Ainda bem
porque a aquela altura eu deveria parecer com um cachorro molhado.
Eu acenei para Justin e para Ryan e entrei no
fusquinha.
- Você está com frio? – perguntou ele ao entrar no
carro.
- Não. Obrigada pela blusa mais uma vez. – sorri.
- Que nada. Na verdade ela nem é minha.
- É de quem? – perguntei curiosa.
-Do Justin. Mas ele não liga.
- Ah... – falei um pouco constrangida. Sabe é do
Justin, eu nem o conheço, mas eu ia lembrar de agradecê-lo depois. E também de
ter entrado no armário comigo, porque né – Quando a gente vai se ver de novo?
- Amanhã na aula? – Chaz riu pelo nariz.
- A banda, cabeça de bagre.
- A gente ensaia terça e sexta, para falar a
verdade. Então amanhã. – ele sorriu sem tirar os olhos da pista.
- Ah. Tudo bem. – dei de ombros. QUE MANEIRO!
Quem ainda usa “maneiro”? Tanto faz. QUE MANEEEEEEEEEEIRO!
Chaz ficou me olhando meio assustado, com o carro
já parado. Acho que falei isso em voz alta.
- Chegamos. – disse o óbvio e abri a porta. Chaz
me deu um beijo na bochecha, e eu desci. Agradeci mentalmente por ele não tirar
sarro da minha cara, aí ele perguntou:
- Nos vemos amanhã?
- Ahan. – fiz sinal de positivo com a minha mão.
- QUE MANEEEEEEEEEIRO! – riu e arrancou com o
carro.
Retiro meus
agradecimentos.
(...)
- Vamos Summer. - Chaz revirou os olhos.
- Pera Chaz. – gritei do outro lado do corredor.
Se tem uma coisa que eu amo nessa escola é que há máquinas daquelas que você
coloca dinheiro e ela te dá uma coisa bem gordurosa em troca. Hum!
- Ok, Summer, o que você está fazendo? – ele
perguntou indo até mim para checar. Eu falei que ia ao armário e parei lá. Eu
ia direto para a casa dos Bieber. E nós estávamos atrasados, por conta da vadia
da professora de Ciências. Ela SEMPRE usa uns minutos a mais da aula de outro
professor, ou do intervalo ou da hora da saída porque não dá tempo de explicar
a matéria. Mas aqui um recadinho para ela: SE ELA LEVANTAR A BUNDA GORDA DELA
DA CADEIRA E PARAR DE MEXER NO MSN ENQUANTO FAZEMOS AS ATIVIDADES BABACAS, DÁ
TEMPO!
Ela nunca vai saber disso, a não ser que ela leia
mentes. VIXI.
Será que é por isso que ela não gosta de mim?
Estava tão distraída que não vi que a máquina não
deu meu Doritos.
- Summer a gente vai almoçar. – Corei. Eu sabia,
mas ainda assim era falta de educação. Sei lá. Desde que eu era pequena minha
mãe dizia que eu não devia chegar na hora do almoço na casa das pessoas. Mas
dessa vez não tem escapatória.
- Ah é. Esqueci. – QUEM ESQUECE DE COMIDA?!
- Então vamos. – ele disse.
- Mas a máquina não deu meu Doritos. – cruzei os
braços. Eu devia estar parecendo aqueles meninas mimadas, mas acredite, não
sou. Mas sei que dinheiro não nasce em árvore, e se nascesse também ninguém
teria por causa dos desmatamentos e tals. E ERA A MINHA MESADA, PÔ!
Aí eu comecei a dar uns tapas nas laterais da
máquina, apertar o botão umas cem vezes e depois que fui perdendo a paciência,
comecei a chutar a máquina e xingá-la em espanhol. É, pelo menos assim ninguém
me entendia.
Aí Chaz me puxou pela mão e eu fiquei brava. Não
com ele, mas com a máquina.
Entramos no carro, e depois eu liguei o som.
- Summer depois eu te dou outro Doritos. – sorri
e deixei absorver a música que tocava. Aí depois eu parei, porque eu não ia
absorver porcaria não!
Chegamos depois de uns minutos. Chaz abriu a
porta com sua própria chave e entramos na mansão dos Bieber.
- Summer você se importa de eu trocar a camiseta?
Essa é quente demais.
- Me importo. – disse séria.
- Então você vai continuar se importando, porque
eu vou trocar. Adiós.
Fiquei parada sem saber o que fazer. Vi que a
casa era grande (tudo bem, eu vejo isso toda vez que venho aqui) e vi que
Pattie era apaixonada por fotografias. Estavam espalhadas por todos os lugares.
E eu também gosto de fotografias. Sei lá, não são apenas um pedaço de papel com
uma imagem impressa, mas sim uma história revelada.
Vi
algumas, outras eu fiquei com vontade de morder (a pessoa, não a foto), vi
Justin quase careca, vi loiro, bebê, magrelo e sempre sorrindo. Era bonito seu
sorriso.
Dei um pulo alto quando vi a porta se abrir.
Pattie estava com compras na mão, tampando seu rosto, em sacolas de papel.
- Uma ajudinha! – ela disse meio esbaforida.
Corri até ela e peguei umas duas sacolas.
- Summer! – ela exclamou. – Está tudo bem
querida?
- Está sim, Pattie. – sorri – E com a senhora?
- A senhora eu não sei, mas eu estou bem. Cadê o
Chaz?
- Trocando de camiseta, eu acho.
- Ok. – ela disse – Quer me ajudar com o almoço
de novo? – ela quis dizer atrapalhar, mas aceitei do mesmo jeito.
- O que vamos comer hoje? – perguntei.
- O que você quer comer, querida? – ela sorriu para
mim, se antando na mesa da cozinha. Na cadeira, quero dizer.
DORITOS!
- Não sei. Qualquer coisa está bom. – disse.
- Ok. Couve, espinafre, beterraba e jiló. Que
tal? – rimos.
- Lasanha seria uma boa.
Ela remexeu no congelador e tirou um bloco de
gelo de lá. Mas era quase tão grande como ice Berg que o Titanic bateu.
- Pronto. A gente assa e depois coloca em uma
forma. Aí a gente fala que nós fizemos. – ela disse simples e eu olhei para ela
meio embasbacada e depois rimos.
- Senta aqui. – ela indicou a cadeira em sua
frente e eu me sentei.
- Quer aprender a cozinhar, Summer? – perguntou –
De verdade, quero dizer. – sorri e fiz que sim com a cabeça. EU NÃO NASCI PARA
COZINHAR, E AGORA?! Pelo lado bom eu teria mais tempo com a Pattie e isso seria
bom, porque gosto de sua companhia.
- Ótimo. – ela disse – Cozinhar é mais legal
quando se tem companhia. Mas então, onde você estuda?
- Estudo no colégio perto do Starbucks. Você
conhece, o único da cidade. – eu disse e ela assentiu.
- Justin também estudava lá. Ótima escola, aliás.
Mas depois de uns problemas ele decidiu mudar para uma particular.
- Sim, entendo. – menti. Não entendo. Se eu
nadasse na grana como eles, talvez eu entendesse.
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Oi, girls! Obrigada por fazerem meu dia melhor. Desculpa meu drama, aliás... Hehe ;) Ta aí, olha, quando eu não postar cap. aqui, eu postarei Camp Idol no meu blog ( http://olhos-cor-de-mel.blogspot.com.br/ ) , então fiquem de olho! Aliás, ainda hoje postarei lá, ok? Quero começar outra fic e atualizar mais lá meu blog. Tenho uma que quase já terminei, querem que eu poste? Ou nem? Deixem nos comentários, beijos!