26 de dez. de 2014

5. Ultraviolence - O controlador


23:00 P.M - Enclos-St-Laurent, Paris
– Eu poderia tocar para você, quer dizer, se você ainda quiser ser tranquilizada pela melodia de Vivaldi. –José parou em frente a porta do meu apartamento, não esperava que ele me deixasse na porta, assim como não estava sentir a corrente de calor vinda dele quando nos esprememos no metrô. Ele estava desconfortável, claro, estávamos em uma posição pra lá de constrangedora. Seu braço direito se apoiava a procura de equilíbrio na parede em que eu estava imprensada, e seu joelho quase tocava entre minhas coxas, e eu comecei a pensar que voltar de metrô não havia sido uma ideia tão boa. Ele tinha um aroma diferente do de Bieber, o persuasivo e excitante Bieber tinha um aroma mais sexy. Bom, quer dizer, seu perfume era delirante, me fazia ter vontade de tirar a roupa, me deixava em êxtase era como se eu flutuasse em meus desejos mais obscenos e profanos. O que não deveria acontecer, o que não era certo de acontecer, eu não deveria ficar excitada só em pensar em um homem tão arrogante como ele.

Eu empertiguei a coluna para me manter firme. Por um momento, senti o torso dele encostado em mim. Ele estava usando uma camisa de algodão de manga comprida, e uma calça jeans com aspecto surrado. Paramos na estação Bond Street e uma loura pequena, com o rosto tomado de determinação, se preparou para entrar.
José cambaleou com o salto de rancada que o trem dera para cima de mim, e, com ousadia, apertei as coxas e senti o corpo dele enrijecer, droga José não, mas era impossível controlar. A loura começou a se espalhar um pouco, cutucando José nas costas com o cotovelo ao mexer na bolsa volumosa em busca de um livro. Ele chegou mais perto de mim para dar mais espaço para ela, ou talvez apenas estivesse aproveitando a proximidade de nossos corpos, quer dizer eu não conseguia dizer se ele estava se aproveitando ou não. Apertei minhas coxas com mais força. Então, todo o corpo dele estava pressionado firmemente contra o meu, e, encorajada por nossa proximidade aparentemente casual, me reclinei só um pouco, empurrando a pélvis para a frente de forma que o botão do jeans dele ficasse contra a parte de dentro da minha perna. Parecíamos que estávamos quase abraçados. Imaginei ter ouvido a respiração dele falhar e o coração acelerar, mesmo sabendo que qualquer barulho que ele tivesse feito seria sufocado pelo som do trem correndo pelo túnel, por um lado eu queria que ele falasse por outro meu coração estava disparado e senti uma pontada repentina de medo, pensando ter ido longe demais. O que eu faria se ele me beijasse? Imaginei como seria a sensação da língua dele na minha boca, se ele beijava bem. Parecia ser errado desejar que José fosse um momento para mim, não queria que ele pensasse mal de mim por usa-lo por uma noite.
Por um instante dentro daquele metrô pensei que os lábios finos de José tocariam os meus brevemente, pensei que ele se enfiaria em meio as minhas pernas e me imprensaria contra aquela parede da forma mais branda que ele poderia fazer. Mas nada aconteceu, parecia que eu não estava exatamente nos interesses de José... E bom, fiquei aliviada por isso.
– Claro, seria uma honra. –Digo agarrando a maçaneta atrás de mim, e me inclino na direção da porta, porem, não a abro.
– Hoje foi um bom dia para mim, tive sorte, além de te salvar de perder o elevador ainda desfrutei da sua doce companhia na volta do trabalho. –Um sorriso bobo toca os lábios de José.- Quem sabe amanhã também não tenho essa sorte.
– Quem sabe. –Devolvo o sorriso.
– Até mais Liz. –Ele inclinasse em minha direção e gentilmente beija-me a bochecha
– Até. –Sorrio outra vez, ele devolve-me o sorriso e se vai. Balanço a cabeça em um risinho leviano e entro, era obvio que a essa hora Sid não estava em casa. O que me deixava um pouco solitária, eu quase nunca á via, eram poucas as vezes que nos encontrávamos, mesmo morando juntas parecíamos distantes uma da outra. Nos fins de semana era um bocadinho melhor, ou saímos para ir em alguma de suas boates estranhas, ou ficávamos assistindo Tv, chamávamos os sábados de “noite da pizza”, simplesmente não fazíamos nada além de comer Pizza e assistir capítulos gravados da série preferida de Sid, American Horror Story. Nunca entendi esse efeito que séries americanas causavam em Sid, chegava a ser estranho.
Tiro meus sapatos e me jogo no sofá, sentindo meu corpo se enrijecer, fecho os olhos e suspiro. Longo dia, pensei. Amanhã era provável que fosse mais longo ainda, ouço o roído do telefone mas deixo-o tocar. Meu corpo se recusava a mover qualquer músculo, encolhi-me no sofá, e fechei os olhos, ouvindo cair na caixa postal.
“Salut... Brincadeirinha! Não estamos no momento, deixe seu recado.”
Era um fato, precisávamos mudar aquela mensagem. O som agudo da voz de Sid era visível, seu divertimento também, mas talvez eu não devesse mudar, pelo simples fato de que me fazia lembrar o quanto ela estava feliz e animada quando chegamos aqui, e me fazia lembrar da minha amiga de infância, não dessa “dona” de casa dedicada a todo tipo de trabalho.
– Não é educado evitar telefonemas senhorita Dimitrova, quer dizer, eu sei que esta ao lado do telefone. Poderia pega-lo? Sei que irá recusar, mas liguei para confirmar o horário, amanhã não poderei ir a cafeteria as quatro para me deleitar com seu divino perfume e sua doce e adorável companhia, pois estarei ocupado... –Congelei por um instante, ele se calou o que fez com que eu me sentasse e olhasse para o telefone azul bebê na mesinha ao lado do sofá assustada pra caralho. Deus, como ele conseguiu o número da minha casa?-
– Pegue o telefone senhorita Elizabeth. –Ele ordenou como se pudesse me ver atrás da linha, engulo em seco, como ele poderia saber que eu estava ao lado do telefone? Ele não teria como estar me espionando, isso era loucura. Hesitante, retiro o telefone do gancho, respiro o fundo e coloco contra o ouvido.
– Eu devo me assustar com o fato de que esta ligando para minha casa sem eu ao menos ter dado a você meu telefone? –Sussurro confiante, tentando não demonstrar que estava com tanto medo.
– Talvez.
– Tudo bem senhor Bieber, você esta deixando claro o quanto é controlador e narcisista.
– Um pouquinho talvez. –Ele continua
– O que quer?
– Que horas irei pega-la amanhã?
– Não sei –realmente não me lembrava da hora, pois ainda pensava na ideia de ir ou não- as oito?
– Não senhorita Elizabeth. –Ele diz em um tom vago.- As sete, parece não estar preocupada com seu emprego.
– Só falta você querer me obrigar a transar com você por conta do meu emprego. –Rebato, ele solta uma leve risadinha.
– Tenho certeza que não precisarei obriga-la. –Me calo, então é um jogo de caça para ele? É isso que ele realmente quer? Não a nada emocional em sua perseguição? É apenas sua forma de conseguir sexo. Respiro fundo e abro brevemente a boca para responde-lo todavia ele me interrompe- Preciso desligar senhorita Elizabeth, tenha uma boa noite.
Coloco o telefone no gancho e recosto-me no sofá, sexo, quem diria que o homem que admirei secretamente com a aparência de intelectual lendo o mesmo livro todo santo dia ansiava por uma trepada com uma garçonete. Ele me surpreendeu tanto em um dia, mal posso esperar pelo que esta por vir.

Gente, que bom que estão comentando. Mas só continua não da né? Digam o que estão achando, se gostaram, se querem mudanças, em fim, não deixem de expressar a opinião de vocês. Continuo com +6 comentários 
FELIZ NATAL

atrasado mas o que vale é a intenção.  

13 comentários:

  1. Essa fic é muito boa, uma das minhas favoritas desse blog, continue!

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    1. Awn fico feliz por saber disso, espero que nunca mude de ideia enquanto a ela. Obrigado por comentar.
      Continuo ja já amore
      xoxo

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  2. Haha eu achp que ta otima assim, nao precisa mudar nada u.u continuaa

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    1. Fico feliz que ache isso, então não mudo nada ahah. Continuo jajá babe

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  3. flor ta perfeita super curiosa pra saber o que vai acontecer, pelo visto esse jantar promete, posta logo por favor!!!

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    1. Hahah, esse encontro prometeeeee claro.
      Obrigado por comentar
      fico feliz que tenha gostado
      xoxo

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  4. Amor, não está dando para ler pelo telefone porque a letra esta preta e o plano d fundo está verde bem escuro, vc pode mudar, por favor??

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    1. Oi, então eu vou tentar mudar essa parte, porque hoje eu entrei pelo celular e realmente aconteceu isso. Uma leitora pediu esse dias mas eu não me liguei porque aqui no pc ta tudo ok, mas no celular não aparece. Vou tentar ver isso. E desculpe

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    2. Mudei a cor já babe, vê se consegue ler agora ><

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  5. Melhor fanfic do blog, apesar das outras serem boas também. Está maravilhoso assim, não precisa de nenhuma mudança, só se for pra melhor. Hihihi. Xoxo

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    1. "Melhor fanfic do blog" por favor me abraça. É tão bom ouvir essas coisas sabe? realmente te agradeço, por ler e achar isso, e ainda mais por comentar. oBRIGADO
      já continuo
      xoxo

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  6. Cara ficou perfeito, simplesmente divino, continua estou amando :) :*

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    1. Ha, obrigado eu fico muito feliz por saber disso, realmente agradeço.
      Continuarei logo

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