Kiss or Mischief - Capitulo 19 - Quase acabamos...

Eu me encontro ali, naquele momento quente do nosso abraço. - Gangster Love, Kiss or Mischief

 Pode se dizer que roma é um lugar bonito, pouca neve comparada as nevascas do Canadá. As pessoas aqui são alegres e as casas iluminadas com o brilho do natal.

- Gostou da casa? Era de um amigo. - Meu pai diz entrando com as malas.

- O senhor e a casa dos amigos. - Sorriu para ele fugindo de sua pergunta para não dar minha resposta que magoaria-o.

- Quer me contar o que foi aquilo antes de sairmos da casa dos Biebers? - Papai se senta em um dos sofás e me chama.

- Eu o amo e pensei que ele pudesse me amar. - Digo sentando ao seu lado. - Dormimos juntos, pai. - Paro e olho para seu rosto procurando alguma alteração, mas tudo que ele faz é gesticular para que eu continue. - Pensei que fosse algo real, mas ele mesmo disse que era tudo diversão. Aquele beijo me surpreendeu também, papai. - Deito minha cabeça em seu ombro e o abraço forte. - Eu o amo tanto! -  Sussurro o que gostaria de gritar para o mundo, para que minha mãe escutasse e viesse ajudar a tirar a dor dentro de mim. Lagrimas rolam livremente pelo meu rosto e sinto os braços de meu pai me apertarem.

- Lembra do poema que sua mãe gostava? Aquele que ela sitava para você sempre antes de dormir? - Ele pergunta agora me afastando, encara-me e seca meu rosto.

 Como poderia-me esquecer? Era tão belo que eu pedia por ele todas as noites. Por mais que fosse algo brasileiro, mamãe sitava em japonês para que virasse algo só dela.

- Pode sitá-lo? - Pergunto para meu pai e, com todo o amor do mundo, ele me abraça novamente e sita aquele poema para mim como se lesse uma das anotações japonesas da família de mamãe:

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

 Por algum motivo penso na possibilidade de algum Deus ter atendido meu pedido. Neste poema, O Bilhete, Mario Quintana pede para que a amada mostre seu amor por ele aos poucos e me vem a cabeça que Justin talvez esteja fazendo exatamente isso.

 Me amando aos poucos.

COM JUSTIN...

E eu sou apenas um tolo para você. - John Mayer, Fool To Love You

 Esse era o grande problema de eu estar amando alguém. Eu apenas pensava nela e em nosso ultimo beijo, me sentia sentimental de mais com isso.

 Imbecil.

 É isso que me tornei, um completo imbecil. Até as musicas que escuto se tornaram algo para ela.

 John Mayer me parece um bom amigo nesse momento, Free Fallin' me parece uma musica boba perto do que realmente sinto. Penso melhor com Slow Dancing In A Burning Room e lembro-me bem que durante os dias no Japão cantei essa mesma musica para ela.

Estamos acabando

E você consegue ver isso, também

Estamos acabando

E você sabe que estamos condenados

Minha querida, estamos dançando lentamente num quarto em chamas

 Foi o que ela decidiu repetir para si mesma naquele momento e eu apenas a olhei sem saber se ela havia gostado daquela parte ou se pensava que poderíamos ter um amor quebradiço. Voto para que Helena apenas tenha gostado, mas no fundo sei que nós dois já tínhamos aquela ideia de nunca dar certo.

 Nunca diga nunca é o meu lema de vida, mas... Seria mesmo que o nunca deixaria de existir para nós?

SEGREDOS.

 A garotinha de cabelos castanhos estava alegre demais para quem já tinha sofrido com o primeiro amor, mas sua felicidade era por ter algo que ninguém jamais teria. Poderia ser egoismo dela talvez, tanto faz, ninguém pensaria nisso enquanto estivesse ali.

- Mamãe, hoje eu dei minha carta para aquele menino que falei. - Ele contou para a mulher ao seu lado.

- E então, ele gostou? - A moça perguntou entusiasmada pela filha, não se via tantas coisas assim no lugar de onde vinha e parecia muito novo para ela que outra pessoa tenha sentido o mesmo que ela sentiu anos atras por um garoto diferente.

- Ele não aceito a carta, mamãe. - A menina sussurrou com os lábios tremendo, tudo que tinha a fazer no momento era abraça-la.

- Eles nunca aceitam coisas nossas nesta época. - A mulher disse. - Sabe Lena, nós mulheres amamos na época errada as pessoas certas e na época certa as erradas. Se leva um tempo para tudo se encaixar, mas prometo que um dia será ele te dando uma carta ou qualquer outro presente que diga "Eu Te Amo". - Suas palavras despertaram interesse na garota, cada letrinha carregava um rio de esperança para as duas.

 Já se passaram anos desde o primeiro amor. A garotinha havia crescido e a mulher apenas mudou de idade, a semelhança entre as duas era grande e incrível, apenas seus olhos eram diferentes e o corpo da menininha era mais esbelto que o da mãe.

- Mãe, Chaz disse que irá para o Canadá. - A garota grita ao chegar em casa, retira os sapatos e entra correndo. - Mãe! - Grita mais uma vez, mas ninguém responde.

 A velocidade que seus pés caminham aumentam junto de sua preocupação. Normalmente é recebida com os beijos de Yuno quando chega em casa depois da escola, mas desta vez estava diferente e ela sabia que havia algo de errado.

 Ao chegar ao quarto dos pais, o cenário é aterrorizante: cama bagunçada, algumas roupas jogas no chão e coisas da cabeceira estão quebradas.

 O que poderia ter acontecido? Ninguém poderia entrar, já que o lugar sempre fora muito seguro.

 A tomar rumo para o banheiro, pode ver alguém caído. Os pés pequenos entregaram ser o corpo de sua mãe deitada na madeira fria, olhos fechados e mãos frias. Sem saber o que fazer, ligou para seu pai e para a policia.

 Minutos depois seu pai e mais dois policiais apareceram no quarto e ela foi puxada por Jack, seu pai.

- Yuno Carter? - Perguntou um dos oficiais e seu pai assentiu. - Não podemos fazer nada além de levar o corpo daqui. Ela está morta. - O homem informou e olho para o parceiro que segurava um frasco na mão.

- Parece que ela foi envenenada, Akinori. - Falou o parceiro. - Acho que a mafia agiu novamente e parece que foi mais um de seus avisos para nós. - Ele diz e olha para o corpo da mulher ao chão, depois levanta o olhar para a garota em choque.

 Todos sabiam como Yuno era um exemplo de bondade e honestidade. Sempre tão cuidadosa com sua família e seu pais.

 A mafia também sabia disso.

 Durante todo o tempo que os policias levaram para retirar Yuno da casa, a menina não disse nada. Durante a vida toda Helena leva consigo um único pensamento: Ela agora era como todos, agora faltava a ela a mesma coisa que faltava a todos.

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Diminui demais os outros capítulos, né? Ta ai o penúltimo capitulo para vocês.

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