Losing Grip - Capítulo 15

Dois policiais desceram de cada carro e de um deles vi minha mãe descer junto do meu pai. Senti um calafrio me percorrer a espinha. O que eles faziam ali? Assim que minha mãe me viu sua expressão passou de raiva para pavor.

-Claire? –ela perguntou com a voz um pouco falha. –O que faz aqui? O que faz aqui com ele? –e apontou pra Justin com desprezo.

-Eu que te pergunto. –a olhei sério. –O que faz aqui? Por que esses policiais estão aqui?

-O que eles fazem aqui? –ela perguntou com certa ironia. –Eles vieram prender esse assassino.

-O que? –eu praticamente gritei. –Eles não podem fazer isso.

-É claro que podem Claire. –ela disse ríspida. –Nós temos provas do que ele fez. O lugar desse monstro é na cadeia. E se depender de mim, ele não sai de lá nunca mais.

Os policiais então foram na direção de Justin e o algemaram. Eu corri até ele e me pus na sua frente.

-Por favor. –eu gritei. –Mãe? Por favor. Vocês não podem prender ele.

-Não seja ridícula Claire. –meu pai disse. –Ele tem que pagar pelo que fez. Agora saia da frente e deixe que a justiça seja feita.

Aqueles caras então arrastaram Justin até o carro e o colocaram na parte de trás, como se fosse um bicho. Senti meus olhos arderem e algumas lágrimas rolarem. Por mais que eu soubesse que ele tinha causado aquele acidente e que minha irmã estaria aqui se não fosse por ele, eu não podia suportar a ideia de saber que ele estaria preso, em um lugar horrível, rodeado de pessoas cruéis.

Meus pais vieram até a minha direção e com um olhar de reprovação total minha mãe se dirigiu a mim.

-Volte pro lugar onde está morando. Amanhã bem cedo te esperamos na mansão. –ela disse de forma tão dura que meu corpo inteiro estremeceu. –Vejo que temos muito o que conversar.

Eles então saíram e entraram novamente em um dos carros dos policiais, logo deram partida e me deixaram ali, sozinha.

Fiquei um tempo paralisada sem saber exatamente o que fazer. Fiquei olhando as luzes da cidade e pude ouvir a voz de Justin: Me deixa cuidar de você. Eu sabia que existia explicação pra tudo isso, uma pessoa como ele não seria capaz de fugir daquela maneira. E decidi que custe o que custar, eu tiraria Justin da cadeia.

Fui até seu carro, que estava estacionado ali e por sorte as chaves estavam no painel. Me sentei no banco do motorista e dei a partida. Era estranho dirigir aquele carro sem Justin ao meu lado. Assim que cheguei ao prédio subi de elevador e ao sair parei na porta do seu apartamento. E uma coisa me intrigou: Justin deixou que os policiais o levassem sem que dissesse nada. Mesmo que fosse culpado, as pessoas tentam argumentar nesses casos, mas ele não fez absolutamente nada. Me livrei desses pensamentos e entrei. Me joguei na cama e custei a cair no sono, meus pensamentos estavam a mil e a única coisa em que eu conseguia pensar era que eu precisava dar um jeito de convencer meus pais a tirar Justin daquele lugar horrível.

Com muito custo acabei adormecendo e acordei cedo no dia seguinte. Tomei um banho e um café da manhã reforçado. E então segui pra mansão. Quando cheguei lá, fiquei um tempo do lado de fora a observando, era tão estranho estar ali. Era como se eu não pertencesse mais àquele lugar, eu era outra pessoa agora. Definitivamente outra pessoa. Toquei a campainha e Carmen abriu a porta.

-Claire! –ela me abraçou. –Que saudade de você menina. Como você está? Tem se alimentado direito?

-Sim Carmen, obrigada. –sorri de leve. –Meus pais estão?

-Na sala. –ela então me deu passagem e eu segui até onde eles estavam.

Quando os vi tive vontade de voltar correndo. Eles me olhavam de um jeito tão duro que eu esqueci que aqueles na minha frente eram meus pais.

-Então. –eu disse apreensiva. –Vocês queriam conversar comigo. –eu me sentia uma adolescente de quinze anos que tinha fugido no meio da noite pra casa do namorado e tinha sido pega. Qual é Claire? Você é uma mulher, se acalme.

-Acho que quem deve falar alguma coisa é você. –minha mãe disse. –Talvez possa nos explicar porque você estava aos beijos com aquele assassino. –ela começou a aumentar seu tom de voz. –Você não tem respeito pela sua irmã?

-Respeito? –eu disse incrédula. –Não me venha falar de respeito.

-Você sabe que sua mãe sofreu muito com a morte da sua irmã. –meu pai disse.

-Ela sofreu? –eu disse alto. – E como você acha que eu me senti? Eu estava lá também. Eu fiquei um mês deitada numa cama de hospital e vocês só apareceram pra me avisar que ela não tinha resistido. Vocês nunca se importaram comigo e agora vocês querem explicações sobre quem eu beijo?

-É claro que nos importamos com você, Claire. –minha mãe disse.

-Se importam? –eu perguntei irônica. –Por que eu acho que o único motivo de você ter ficado furiosa com aquele beijo é o que a imprensa vai dizer. O que vão pensar quando souberem que a herdeira dos Wentworth está apaixonada pelo assassino da sua irmã.

-Já chega Claire. –meu pai gritou e eu me calei. –Você não tem o direito de falar assim com sua mãe. Ela se preocupa com você. E eu também.

-Se vocês se preocupam tanto comigo retirem a queixa. –eu disse baixo dessa vez. –Digam aos policias que foi um engano. Que Justin não era a pessoa que dirigia aquele carro.

-Você quer que o livremos? –meu pai perguntou incrédulo.

-Você tem noção do absurdo que está nos pedindo? –minha mãe perguntou.

-Você não entende né? Eu to apaixonada por ele. –eu disse sincera. -Mantê-lo preso afeta mais a mim do que vocês imaginam.

-Você perdeu o juízo Claire. –meu pai me olhou com desgosto. –Você está pedindo pra libertarmos uma pessoa que matou a nossa filha.

-Ela era minha irmã. –eu disse mais alto dessa vez. –Eu sei o que eu estou fazendo.

-Não, você não sabe. –ele disse.

-Tudo bem. Eu vou mostrar pra vocês que ele não é quem vocês pensam. –eu então sai dali e fui em direção à porta.

-Claire espera. –minha mãe disse firme.

-O que foi? –eu me virei. –Mais alguma queixa sobre mim?

-A partir de hoje você vai voltar a morar aqui.

-O que? –eu quase não acreditei.

-Você vai ficar em um lugar onde possamos vigiar você. Pra que não cometa mais nenhuma loucura.

-Vocês estão loucos. –eu disse desacreditando. –Eu não vou voltar, nunca mais.

-Isso não é discutível. –meu pai disse rígido. –Nós já tomamos nossa decisão.

Eu então fiquei os encarando, sem acreditar naquilo. Primeiro eles me expulsam de casa e me deixam sem dinheiro e sem lugar pra morar e agora querem que eu volte pra casa pra ficarem de olho em mim? Como se eu fosse uma criminosa? Eu só podia estar tendo um pesadelo.

                                                                             ...

Hey girls, gostaram do capítulo? Espero que sim. Será que a Claire vai conseguir tirar o Justin da cadeia? Não vou nem me desculpar sobre a demora de novo, ta tenso, to sem tempo mesmo, muito cansada, mas mesmo que eu demore um pouco podem ficar tranquilas, a IB jamais será abandonada. Por hoje é isso, qualquer coisa mandem no ASK e comentem bastante pra mim. Beijão e até o próximo.