-
Justin! - o grito enquanto ele corre colina acima. Ambos rimos da situação, mas
ainda assim quero bater nele por me assustar com aquele papo da aranha estar no
meu ombro.
- Me pegue se conseguir Cecíl - seu sorriso é radiante e faz o mundo
girar melhor. Corro mais rápido e sinto minhas pernas doerem, mas ignoro a dor
e até o alcançar. Quando o alcanço pulo em suas costas e ele me derruba no
chão. Sinto todo meu corpo travar quando ele começa a me fazer cócegas, porém
gargalho e ele faz o mesmo e isso é maravilhoso de se ouvir. Quando as cócegas
cessam meu corpo relaxa. Quando encaro seus olhos ele estão tão dourados que
penso estar olhando para ouro.
- Cecí, eu preciso te dizer algo - ele segura minha mão e calmamente
eu me sento na grama.
- Pode dizer Justin - ele se aproxima um pouco de mim
- Cecilia eu... I can do it like a brother Do it like a dude - a voz
sai de sua boca, mas não é a voz de Justin e sim da Jessie J.
Abro meus olhos e ainda estou em meu quarto. Meu celular toca ao som de Do it
like a Dude, o que me indica que é Justin me ligando. Atendo sem mais delongas
e ele parece chorar do outro lado.
- Justin?! - me sento bruscamente na cama,
preocupada. - O que aconteceu? Por que está chorando? - ele funga do outro lado
e eu sei que nada esta bem.
- Nós terminamos - ele diz
entrecortadamente - Acabou. Depois de dois anos e quatro meses acabou. E no dia
do baile Cecí. No dia do baile de formatura. - olho meu criado mudo e lá esta o
convite do baile. Ao seu lado meu relógio indica 5:45 da manhã.
- Quando isso aconteceu? - me levanto e vou
ao banheiro lavar meu rosto.
- Agora a pouco. Ela me ligou e disse que
estava terminando comigo. - bufo e bati na pedra fria de mármore da pia
- Não acredito que ela terminou assim -
coloco meu celular no viva voz e amarro meus cabelos frustrada.
- Cecília o que eu faço agora? - ele
pergunta meio dramático do outro lado.
- Saia de baixo desse cobertor do homem
aranha, tome um banho, se vista de maneira belíssima que daqui a trinta minutos
eu passo na sua casa... E não discuta comigo - ele ri fraco e eu sorrio -
Trinta minutos - desligo o telefone e tomo um banho rápido. Me visto com tênis,
jeans, uma camiseta cinza e uma jaqueta college por cima. Pego as chaves do
carro e acelero para a casa de Justin . Paro o carro na frente da casa e corro
para as escadas de entrada. A porta esta aberta então eu subo e entro no
quarto. Justin está vestido de maneira deplorável, apenas as calças e tênis
estão bons. Ele usa uma camisa social vermelha que usou três anos atrás, e um
moletom surrado cinza.
- Jus qual é. Eu disse belíssimo - vou até
o guarda roupa e pego uma blusa de basquete azul que cobre a bunda dele e uma
jaqueta de couro preta - Toma veste - ele me encara com os olhos
vermelhos
- Não quero – bufo
- Justin Drew Bieber, você tem cinco
segundos para levantar e se vestir e eu não estou brincando - ele bufa e se
levanta. Tira o moletom e desabotoa a camisa. Quando ele retira a mesma eu percebo
o quão definido é seu abdômen.
- Você é muito chata - me afasto dele e vou
até o pote de balas na mesinha. Meu Deus como ele é bonito. Ele havia se
vestido. Vou até ele e arrumo seu cabelo que facilmente se alinha.
- Agora está bonito. Vamos - sigo para fora
e ele me segue. Pego duas maçãs e entrego uma para ele. - Finja estar feliz -
mordo minha maçã e ele revira os olhos.
- Não sei fazer isso - lhe dou um tapa de
leve no braço
- Você finge bem pros seus amigos populares
- ele me deu um tapa na cabeça e eu me desequilibrei caindo. Ele gargalhou e eu
desisti de brigar com ele. - Idiota - me levantei e segui para a porta. Entrei
no carro e ele entrou também.
- Não quero ver a Tiffany - resmunga ele
- A gente vai se vingar - ele arregalou os
olhos - Calma, não vou fazer nada demais.
- O que pretende fazer? - ele
pergunta
- Ela começou a namorar com você pela
popularidade, e terminou por que todos a adorariam por terminar com o capitão
do time de basquete no dia do baile. Agora nós vamos mostrar pra ela que você
ta legal e que já tinha outra pessoa com você. - ele riu
- E quem seria essa pessoa? - mordi o lábio
- Eu - ele me encarou e parecia pasmo
- Você vai fazer isso por mim?
- Vou, afinal você é meu melhor amigo -
"E tem vantagens" penso e sorrio
- Valeu Cecíl - ele beija minha bochecha e
eu coro um pouco.
Paro o carro no estacionamento da escola e
nós descemos do carro. Andamos lado a lado até entrarmos na escola. Então
Justin me abraça pela cintura e eu me assusto.
- O que você está fazendo? - ele afunda o
rosto em meu pescoço
- Só tornando tudo mais real - ele cheirou
meu pescoço e eu ri. - Você mudou de perfume - comenta ele me soltando da
cintura e passando seu braço sobre meus ombros.
- Anda notando meu cheiro Bieber? - dou
risada e ele ri fraco
- Sempre notei - o encaro por dois segundos
e depois encaro o além novamente.Todo mundo na escola sabia que eu gostava do
Bieber desde a sétima série, mas ele parecia não perceber isso. No primeiro ano
do colegial quando ele e Tiffany começaram a namorar, eu comecei a negar que
gostava dele, e até tentei ser amiga da garota, mas nós vivemos em mundos
diferentes. Desde então eu apoio ele nesse relacionamento e em todas as outras
coisas na vida dele. Sempre estive ao lado dele, e ajudá-lo agora não seria
algo tão ruim para mim.
- Cecí? - ele me tira de meus devaneios e
eu o encaro. Percebo que estou sorrindo e paro imediatamente
- Sim - respondo meio constrangida
- Em quem estava pensando? - arregalo os
olhos e sorrio fraco
- Como assim em quem? - ele da aquele
sorriso de canto maravilhoso que só ele tem
- Você tava com aquela cara de quando ta
pensando em alguém que gosta - gargalho meio forçadamente - E agora ta tentando
disfarçar que ta nervosa - bato em seu peito e ele ri
- Não é ninguém - ele me olha de canto e eu
empurro seu rosto com a mão
- Cecília me conte quem é esse cara - bufo
e ele gargalha. Olho para frente e Tiffany está vindo com suas serviçais
- Rápido me abrace e sorria - ele assim fez
e eu fiz o mesmo. O encarei e acariciei seu rosto de maneira carinhosa. Percebi
um bando de pessoas parar a nossa frente e nós paramos. Encarei Tiffany e quis
pular em seu pescoço.
- Oi Justin - aquela voz irritante ecoou e
Justin segurou minha mão.
- O que quer? - ele perguntou
- Só quero me desculpar por terminar com
você no dia do baile - ela soltou um sorrisinho cínico
- Não tem problema - o tom de Justin foi
indiferente.
- Não? - ela pareceu surpresa
- Não. - ele apertou minha mão e sorriu
para mim
- Eu já pretendia levar outra pessoa ao
baile - ela arqueou uma sobrancelha - E antes que pergunte quem eu lhe
respondo: A Cecília - o encarei de olhos arregalados
- Eu? - ele me encarou de maneira cúmplice
como sempre fazíamos - Sim, eu. Aliás, o pedido foi lindo Justin. - o abracei e
ele me envolveu em seus braços.
- Hum... Cecília no baile com você? - ela
riu fraco junto com suas seguidoras - Okay. Espero ver vocês lá então - e ela
saiu rindo. Quando ela virou no corredor eu me separei de Justin
- Que merda você fez? Você sabe que eu não
vou ao baile - ele passou as mãos nos cabelos e me encarou com olhos de criança
pidona
- Por favor, Cecíl - pensei na primeira
desculpa que me veio à cabeça
- Não tenho um vestido - ele revira os
olhos
- A gente compra hoje - penso em outra
desculpa
- Não tenho grana - ele me segura pelos
ombros
- Eu pago tudo que você precisar pro baile.
Vamos por favor - reviro os olhos sem mais desculpas e sem ter como lutar
contra aqueles olhos
- Ta. Eu vou - ele festeja me abraçando e
me girando no ar - Justin! - grito enquanto gargalho.
[...]
Na hora do almoço eu e Justin saímos da
escola no meu carro e vamos ao shopping para comprar tudo. Ele me leva a uma
loja de vestidos de festa e assim que entramos uma mulher chega com um sorriso
enorme
- Posso ajudar? - encaro Justin e ele
parece estar controlando bem a situação.
- Ela quer um vestido para um baile de
formatura - ele aponta para mim e sorri.
- Okay. Alguma preferência? - ela me encara
- Que não seja bufante, muito menos
ridículo e não seja grudado - sorrio e ela solta uma risadinha.
- Okay. Que tal você e seu namorado se
sentarem perto do provador ali?- ela aponta para um provador, um sofá e um
espelho gigante de frente para os dois outros itens. - Enquanto eu pego alguns
para você provar - assinto e sigo Justin. Nos sentamos no sofá e ele parece tranqüilo.
- Prometo que não vou demorar pra escolher
- ele me encara e sorri bagunçando meu cabelo
- Pode demorar não me importo - ele se
deita em meu colo e eu faço carinho em seu cabelo com as unhas
- Não fique assim - ele me olha e ri
fraquinho
- Assim como? - ele faz carinho no meu
joelho
- Baixo astral - ele ri, mas sem o mínimo
de vontade
- Vai ficar tudo bem - sem pensar muito me
curvo e lhe dou um beijo no rosto. Ele parece um pouco surpreso (já que não
faço isso normalmente) e cora um pouco-
Sim,
vai - ele sorri e a moça chega com um monte de vestidos. Respiro fundo e depois
solto o ar com força
- E lá vamos nós
[...]
Já estava cansada de colocar e tirar tantos
vestidos. Estava para sair do provador e desistir de toda aquela idéia quando
alguém bateu do outro lado da porta
- Cansei de vestir todos esses vestidos.
Chega - gritei fechando o zíper da calça
- Tenta esse, por favor - a voz de Justin
pediu do outro lado. Bufei abrindo a porta. Justin arregalou os olhos e depois
desviou o olhar. Então percebi que estava só de sutiã. - Hum... Eu encontrei
esse ali e achei legal. - puxei o vestido de sua mão e fechei a porta com
minhas bochechas queimando. Tirei a calça e coloquei o vestido.
Era bem bonito até. Era tomara que caia
dourado e justo até a silhueta e depois era solto e tinha balanço em um tom
marsala e ia até um pouco acima do joelho. Abri a porta do provador e fiquei de
frente para o espelho. Era muito bonito. Virei-me para Justin e ele parecia
impressionado
- E então? - ele levantou e caminhou até
mim, me fez girar um pouco e depois assobiou
- Ta linda - fiquei vermelha e ele riu
fraco.
- É esse? - assinto e vou para o provador
[...]
Acabei comprando um scarpin preto básico e
discuti com Justin sobre ir ao cabeleireiro e venci. Então resolvemos ir ao Mc
Donald's. Pedimos nossos lanches de sempre, o do Justin um quarteirão com coca
e batatas e o meu um Mc lanche feliz com batata grande e milk shake de morango.
Quando peguei meu Jake dentro da caixinha meus olhos brilharam e Justin riu.
- Que criança - ele gargalha e eu enfio
algumas batatas na boca dele.
- Blá blá blá - bufo e como uma batata. Ele
bagunça um pouco meu cabelo e eu rio
- Você é uma idiota - lhe dou alguns tapas
fracos e ele gargalha
- Trouxa - mordo meu lanche e Justin ri
mais.
- O
que foi? - pergunto depois de engolir
- Você bate como uma garotinha - jogo uma
batata nele que acerta sua boca
- Eu sou uma garotinha, qual a sua
desculpa? - ele fechou a cara e eu gargalhei. Ele se aproximou e começou a
fazer cocegas. Ele sempre fazia isso (as vezes ele me empurrava) já que não
podia me bater.
- Quem é uma garotinha?
- Você - ele continua
- Quem? - o ar começa a me faltar pelo
tempo gargalhando e eu me rendo
- Eu, eu, eu. Agora para - ele me solta. Eu
enxugo algumas lagrimas que começaram a se formar e ele ainda esta rindo. Tento
lhe dar um tapa de leve no rosto, mas ele segura minha mão e me puxo para mais
próximo de si. Fico gelada e imóvel. Ele aproxima seu rosto do meu pescoço e
puxa o ar. Eu me arrepio e ele ri fraco.
- Você definitivamente mudou de perfume -
ele se afasta um pouco, mas ainda esta bem próximo de mim - E desde quando tem
arrepios? - ele sorri de canto
- Desde sempre - declaro e me impressiono
em como minha voz sai firme, mas percebo minha mão tremendo e Justin também
percebe e ri.
- Por que esta nervosa? - ele me provoca,
mas o porquê disso eu não sei.
- Não estou nervosa, idiota - reviro os
olhos e puxo meu braço
- Não? - ele se aproxima mais. Eu tento ir
para trás, mas a parede esta ali. Ele sorri de canto
- Não - ele coloca mão em meu rosto e
eu resolvo fazer algo idiota. - Justin, para de brincadeira idiota - começo a
rir e ele faz o mesmo
- Quase te peguei - gargalho e ele me acompanha
se afastando
- Não - ele faz a cara de vencedor
- Você até tremeu - busquei uma desculpa
- Tremi por que a Tiffany estava do outro
lado - ele se virou rapidamente e não havia ninguém lá. Assim como não havia
ninguém ali cinco minutos atrás.
- Obrigado - ele agradece e eu apenas
sorrio desacreditada de como ele acreditou
- Vamos, temos um baile de formatura para
ir - me levanto e ele faz o mesmo
[...]
Quando termino de passar meu batom a
campainha toca e logo escuto Justin e meu pai conversarem. Minha mãe adentra o
quarto sorrindo e para surpresa com a "mudança de estilo".
- Querida, você está linda - sorrio para
ela. - Justin chegou - assinto. Sinto meu corpo gelar e minhas mãos começarem a
tremer. Minha mãe se aproxima e me abraça, como se eu estivesse indo embora de
casa. - Eu sei que gosta dele Cecília - meus olhos se arregalam e ela se afasta
de mim.
- Como...? -ela ergue uma sobrancelha antes
que eu consiga terminar minha pergunta
- Eu sou sua mãe Cecília, e também,
qualquer pessoa consegue ver em seus olhos. - abaixo um pouco a cabeça e ela
segura meu queixo - Eu sei que esta fazendo isso só para ajudá-lo, mas acho que
deveria tentar contar isso pra ele hoje. - ela sorri do modo acolhedor que só
ela consegue.
- Vou tentar - ela sorri e se retira do
quarto. Arrumo um pouco mais o cabelo e saio. Quando chego ao alto da escada
Justin olha para cima e parece surpreso. Termino de descer os degraus e ele se
aproxima de mim.
- Você esta muito bonita Cecíl – sorrio
- Você também Bieber - ele da o braço para
que eu entrelace no dele e seguimos para a porta
- Tchau, não vamos te esperar - diz meu pai
e eu gargalho. Vamos até o carro dele e entramos. Ligo o radio e uma música
agitada começa. Justin entra e da a partida. Vamos até o local do baile
cantando e rindo. Quando Justin para o carro ele me encara.
- Vamos - tento abrir a porta, mas a mesma
esta trancada.
- O que houve? - pergunto o encarando. Ele
me analisa e sorri de canto. - O que foi? Tem algo errado? - me encaro e ele ri
fraquinho.
- Não – responde sem parar de me encarar
- Então o que foi? – pergunto sustentando
seu olhar sobre mim
- Hoje, quando estava em casa me arrumando
Ryan apareceu por lá. – reviro os olhos. Ryan é do time e vive sendo ridículo.
- E? – pergunto em desdém
- Eu contei a ele que viria no baile com
você – espero que ele continue e ele respira fundo – E ele me disse algo que
não sai da minha mente
- O que? –pergunto agora um pouco mais
tensa
- Ele me disse que você gosta de mim e
qualquer pessoa pode ver isso – arregalo os olhos, minha primeira reação para
disfarçar é rir. E eu gargalho
- Como é? – continuo gargalhando – Justin
você não pode acreditar nas asneiras que o Ryan diz – o encaro e nada de
diferente parece acontecer. Ele não parece decepcionado com minha resposta e
isso me chateia. Isso é um sinal de que ele não sente o mesmo por mim.
- Eu sei. Foi só uma idéia maluca que ficou
na minha cabeça – ele ri e para de me encarar – Vamos nessa então – assinto e
ele destrava a porta. Saio do carro e ele se junta a mim. Ele passa sua mão em
volta de minha cintura. Quando chegamos a porta uma mulher pergunta se pode
tirar uma foto nossa e Justin diz que sim. Ele para ao meu lado e eu sorrio,
quando a mulher conta diz que vai tirar a foto Justin lambe minha bochecha e eu
rio. A mulher gargalha e vem nos mostrar a foto. Acaba ficando bem engraçada. Depois
de limpar minha bochecha entramos no local da festa e logo de cara vemos
Tiffany beijando um cara loiro que eu suponho ser Troy. Justin aperta minha mão
e eu me viro para ele.
- Fique calmo. Venha comigo. Vamos falar
com seus amigos populares – o puxo pela mão e sigo para uma grande mesa cheia
de pessoas populares. Logo percebo olhares de Christian em cima de mim. De
todos naquela mesa, ele era o que mais me irritava. Sempre fazendo piadinhas
sobre mim e as vezes dizendo coisas sórdidas, mas hoje ele me encara. O olhar
de quando ele quer uma garota. Justin me abraça pela cintura e os caras na mesa
nos encaram.
- Hey Biebs – Chaz diz e se levanta vindo
até nós – E... Uou... Cecília. Você está gata – elogia e eu sorrio. Charles
sempre foi o mais aceitável dali
- Valeu Charles – lhe dou um beijo no rosto
e ele sorri.
- Eu não ganho um beijo também? – a voz
irritante de Christian soa atrás de Chaz e eu reviro os olhos.
- Jamais Christian – declaro e todos riem.
Nos sentamos e todos conversam sobre coisas populares das quais eu não faço
idéia. Muito tempo se passa e eu agradecia por ter levado meu celular. Quando
levanto os olhos percebo Tiffany vindo em nossa direção e me aproximo do ouvido
de Justin, tentado parecer casual e fazendo parecer que estou tentando chamá-lo
para algo provocante.
- Não olhe agora, mas Tiffany esta vindo
para cá. Quer vê-la com raiva? Então finja que estou te dizendo algo provocante
– lhe dou um beijo leve no lóbulo e sorri de canto. Não me afasto tanto. Ele
vira e nossos rostos estão bem próximos um do outros. Ele morde levemente o
lábio inferior e coloca a mão em minha perna. Viro-me para frente e vejo
Tifanny parada atrás de Chris
- Não é que vocês vieram mesmo – ela ri em
deboche – Mas Justin amorzinho, você não me engana. Só veio com ela por que eu
te deixei no dia do baile – Justin aperta um pouco minha perna e eu coloco
minha mão sobre a sua e ele relaxa
- Tiffany, sinto muito, mas eu não vivo
minha vida para você – ela ri
- Justinzinho – reviro os olhos – Você
chorou por que terminamos – todos na mesa seguram o riso e Tiffany encara
Justin com olhar de vitoria. – Admite que veio com ela só pra não ficar por
baixo – Quando Justin pensou em abrir a boca eu o parei.
- Justin, bem que você disse que a voz dela
faz os ouvidos sangrarem. Por isso estava chorando hoje cedo, completamente
compreensível – declaro e todos na mesa riem.
- O que você...? – ela começa, mas eu a
interrompo
- Vamos dançar Jus? – pergunto para Justin
e ele assente. Levanto-me e Justin faz o mesmo. Seguimos para a pista de dança,
Justin pede que eu espere e vai até o DJ e logo a musica fica lenta. Ele vem
até mim e estende a mão eu dou risada e a seguro fazendo uma pequena reverencia
de princesa. Nos aproximamos e começamos a dançar lentamente.
- Lembra que quando éramos crianças
dizíamos que estaríamos juntos no baile de formatura e dançaríamos uma musica
lenta juntos? – dou uma risada fraca e ele faz o mesmo
- Eu vestia os vestidos de festa da minha
mãe e você usa um terno do seu pai. Íamos para o quintal e dançávamos até
termos outra idéia de brincadeira. – ele riu
- Nossos pais sempre diziam que íamos
namorar um dia – ele me gira, como quando éramos mais novos.
- Sim, sempre diziam – sei que Justin esta
meio triste por falar nos pais. Eles faleceram quando tínhamos 14 anos. Um
acidente de carro. Justin ficou semanas na UTI em coma. Quando acordou eu lhe
dei a noticia sobre seus pais. Lembro que durante aquelas semanas eu sempre ia
da escola para o hospital e do hospital para a escola. Quando ele teve alta, os
avos dele já estavam morando por lá. Quando Justin fez 16 anos eles voltaram
para sua cidade e Justin passou a morar sozinho. Sempre ia à minha casa e meus
pais o adoravam. Nunca precisou trabalhar, já que os pais lhe deixaram uma
herança e tanto, mas sempre éramos monitores em um acampamento para crianças no
verão.
- Obrigado – ele diz me tirando de meus
devaneios
- Tudo bem, o baile é até suportável – ele
ri
- Não por isso. Por tudo. Por ser minha
melhor amiga, por estar comigo em momentos difíceis, por me apoiar, por me
deixar pegar sua família emprestada – ri – Por sempre segurar minha mão quando
eu tive medo. Obrigado Cecíl – sorrio para ele
- Obrigada também Justin. Por me deixar
fazer parte dessa doideira de vida que é a sua, por ser meu melhor amigo
sempre, por entrar pra minha família, por ir para os acampamentos de verão
comigo, por me trazer ao baile – ele ri e eu faço o mesmo. O abraço subitamente
e ele me envolve em seus braços.
- Justin eu gosto de você – digo repentinamente
e ele me afasta me encarando pasmo.
- Você... - ele começa e é interrompido
- E AI GALERINHA – o DJ grita e eu me
assusto – Chegou a hora de anunciar o rei e a rainha do baile – todo mundo
grita e Justin pede pra que eu espere. O cara tem dois envelopes na mão e
depois de enrolar bastante abre o primeiro que é o do rei do baile. O que não é
novidade pra ninguém
- JUSTIN – todos gritam e batem palmas e
ele segue para o palco. Ele recebe uma coroa e sorri para todos. Eu sempre
achei que uma coroa combinaria com ele. E estava certa. Ele ficou la enquanto o
cara abria o outro envelope com o nome da rainha do baile. Dessa vez ele fez
mais suspense, mas nem tanto
- TIFFANY – todos gritam novamente e batem
palmas e Tiffany segue para o palco. Recebe sua coroa e suas flores que entrega
para uma garota segurar. O DJ avisa que haverá a dança do rei e da rainha.
Justin é um pouco resistente a segurar a mão dela, mas acaba segurando e eles
seguem para a pista de dança. As pessoas se afastam conforme eles vão chegando
e eu faço o mesmo. A musica começa e eles dançam. Parecem realmente um casal.
Quando a musica para as pessoas gritam para que eles se beijem. Tiffany beija
Justin que não se nega a nada. Ele desce a mão pelas costas dela e segura sua
bunda. Encaro a situação perplexa e percebo algumas amigas de Tiffany rirem de
mim. Afasto-me e sigo para a saída. Tiro os sapatos e corro para casa. Quando
chego lá entro correndo e peço a minha mãe que caso Justin pergunte de mim, ela
diga que eu não cheguei em casa. Ela concorda e eu corro para meu quarto. Jogo-me
na cama e durmo.
Quando acordo o sol ainda não havia nascido. Levanto-me e vou
até minha mesinha estudos. Abro meu notebook e entro no meu e-mail. Respondo a
um e-mail e vou até meu closet. Pego minha mala e a jogo em cima da cama com
algumas roupas. Dobro todas e guardo na mala. Entro no banheiro me livrando do
vestido e tomo um banho longo e quente. Entro novamente em meu closet visto um
moletom GG e um short. Penduro o vestido em um cabide e o encaro por um minuto
- Você poderia ser usado por alguém que
fosse ter uma boa lembrança de quando usou você – solto todo o ar pela boca e
saio do closet. Quando entro no quarto ele está lá. Parado perto da janela
encarando minha mala. O encaro e sorrio
- Aonde vai? – seu tom já me diz tudo. Se
ele pudesse desfaria aquela mala agora mesmo
- Justin... Eu ia te contar, mas não tive
tempo. – ele deu alguns passos e se sentou na cama
- Bom... Agora temos tempo – ele cruza os
braços. Ele ainda está com seu smooking, mas sua camisa branca esta com manchas
de batom (da mesma cor do que Tiffany usava) e seu cabelo esta desarrumado.
- Justin, eu fui aceita no MIT – ele
arregala os olhos e levanta num salto
- Você vai para Massachusetts? – assinto e
ele volta a se sentar meio pasmo – Você nem me disse que tinha se inscrito –
aberto as mãos dentro do bolso do moletom.
- Eu não achei que fosse passar – mordo o
lábio. Ele me encara como se dissesse “Really
bitch?”
- Você sabia que ia passar. Nunca conheci
ninguém tão inteligente quanto você – aperto mais as mãos – Quando você vai? –
ele pergunta passando as mãos pelos cabelos
- Assim que o dia amanhecer – ele se
levanta e vem até mim.
- COMO É? - ele esta de frente para mim. E
como sempre foi, eu tenho que olhar um pouco para cima para falar. – Mas as
aulas estão longe de começar – argumenta
- Eu sei, mas eu preciso resolver coisas da
minha matricula, minha casa lá, emprego, coisas assim – ele parece não
acreditar. Eu não olho em seus olhos por que sei que ele descobrira.
A verdade é: Eu nem me inscrevi para o MIT.
O diretor da escola encaminhou meu histórico para o diretor do MIT e eles me
ligaram. Eu tinha até hoje para decidir se iria. E eu decidi. Eu iria para o MIT.
Iria morar em Massachusetts.
- Cecília você não pode estar falando sério
– me afasto dele e vou até a mesinha. Abro a gaveta e pego a passagem aérea.
Entrego para ele. Ele lê toda a passagem e depois me encara – Cecíl... – ele
diz um pouco baixo
- Justin... Vão ser ótimos anos, eu vou
fazer engenharia nuclear, vou ter aulas maravilhosas, vou fazer o que gosto de
fazer e... – ele me interrompe
- Você acredita no que está dizendo? – ele
pergunta de maneira direta.
- Claro que acredito Justin. – solto um
riso fraco e ele balança a cabeça negando
- Não acredita. Você está mentindo para si
mesma, e tentando mentir para mim também – ele me segura pelo ombro e eu sinto
meu corpo arrepiar.
- Justin é isso que eu quero fazer e... –
ele me interrompe novamente
- Por que você vai para lá?
- É obvio que...
- Não. Não quero saber isso. Quero saber o
real motivo pelo qual você vai – ele encara meus olhos de maneira profunda e eu
tento não desviar. O que, obviamente, falha
- Eu vou para lá por que eu sempre quis ir
para o MIT Justin. A vida não é um eterno colegial. Uma hora a gente precisa
crescer – ele levanta meu queixo e me faz encará-lo
- Eu te magoei não foi? Te magoei quando
beijei a Tiffany no baile – me nego a ter uma expressão de pânico no rosto
- Não Justin. Eu só te contei aquilo por
que precisava te contar antes de ir. Eu não esperava que seu sentimento fosse
recíproco. Eu sabia que não era – respiro tentando não chorar – Você não me
magoou Justin – ele balança a cabeça negativamente
- Então por que foi embora e pediu pra sua
mãe me dizer que não estava aqui? – aperto minhas mãos ainda no bolso do
moletom
- Eu fui embora por que surtei. Qual é, é
estranho contar para o seu melhor amigo que gosta dele. E eu não estava em
casa. Passei naquela sorveteria para comprar um sorvete grande. Quando cheguei
minha mãe já estava dormindo – caminhei até a janela e me sentei nela. – Eu
sinto muito se deixei uma impressão errada, mas eu não sabia o que fazer – ele
se virou para mim, mas não vem ate mim. Mantemos silencio por um longo tempo e
eu sei no que ele está pensando: Que eu devo estar mentindo. E estava, mas ele
não precisava saber
- Fico feliz que tenham voltado – digo um
pouco mais baixo do que pretendo, mas forço um sorriso e faço com que pareça
sincero.
- Obrigado, eu acho – ele responde meio sem
jeito. Ele tira um papel do bolso e caminha até mim. – Eu queria que ficasse
com isso – ele me estende o papel e percebo que é uma foto. A foto que tiramos
quando chegamos ao baile. Sorrio olhando a foto
- Sem photoshop, sem mentiras, sem
atuações, somente dois idiotas sendo amigos idiotas – digo e ele ri. Continuo
encarando a foto. Depois de algum tempo levanto e caminho até ele. O abraço e
choro. Não por ele ter beijado Tiffany, mas de saudades. Uma saudade que sei
que vou sentir quando for para Massachusetts.
- Vou sentir sua falta JB – ele me abraça
com força
- Vou sentir sua falta Cecíl – só ele me
chamava de Cecíl e só eu o chamava de JB. Ficamos assim por algum tempo até que
me afasto e vou até o closet. Pego uma caixa e volto ao quarto me sentando na
cama. – Os tesouros de Cecíl – era assim que ele chamava aquela caixa. Já que
eu guardava coisas importantes ali.
- Acho que tem algo aqui que te pertence –
ele parece intrigado e se senta ao meu lado. Retiro de lá uma pedra azul. Quando
fomos juntos ao caribe, éramos crianças e eu encontrei aquela pedra. Justin
ficou maravilhado com ela, e eu disse que um dia eu a daria a ele.
- A pedra – ele diz rindo um pouco – Não
acredito que ainda tem isso – eu a seguro entre os dedos e encaro-a
- Eu disse que te daria um dia. – a coloco
em sua mão e ele parece surpreendido
- Cecí... – eu nego com a cabeça
- Quero que tenha algo para se lembrar de
mim – ele me encara
- Eu vou te visitar em Massachusetts, não é
um adeus – eu sorrio fraco
- Justin, nós sabemos que você vai começar
sua faculdade de música. A faculdade rouba muito tempo. Eu quase nunca vou
estar disponível, você também não. Vamos aceitar os fatos: Não vamos nos ver
por um bom tempo – ele baixa a cabeça e fecha mão que esta com a pedra.
- Obrigado Cecí – ele diz baixinho
- Não me agradeça Justin – ele me encara e
eu sorrio para ele. Ele sorri e eu brevemente me arrependo da decisão, mas
passa. É hora de seguir em frente.
[...]
Três meses depois
A aula de Design e Projetos de Sistemas
Nucleares acabou e eu me sentia maravilhada com aquilo. Era simplesmente
fascinante.
- Cecília – alguém me chama e quando me
viro vejo Tyler.
- Oi Tyler – digo e ele sorri meio tímido
- Eu gostaria de saber se você quer ir
comigo a uma festa – aperto minhas mãos e olho para meus pés
- Eu sinto muito Tyler, mas eu tenho um
trabalho para terminar e não posso. Tchau – saio andando antes que ele se
pronuncie. Eu preferi não me aproximar dos caras dali por um tempo. Ainda
estava mal por causa do que ocorreu com Justin e queria dar um tempo.
Não via Justin desde aquele dia no meu
quarto. Não lhe contei o horário do meu vôo. Passamos a nos falar por mensagens
algumas vezes por dia, mas já fazia algumas semanas que não conversávamos.
Fiquei sabendo por Chaz que ele e Tiffany iam muito bem, então resolvi não
atrapalhar isso.
Avistei Cassie vindo em minha direção
animada. Cassie era minha amiga e nós dividíamos um apartamento, não muito
longe do campus. A conheci no dia que fui a secretaria fazer minha matricula.
Conhecidentemente ela estava fazendo a dela também, mas ela cursava
arquitetura. Naquele dia, depois de um almoço e um passeio pela cidade
resolvemos morar juntas. Ela vinha do Canadá, Toronto. Tinha cabelo enrolados e
os olhos pretos mais escuros que já vi na vida. Era amável e adorava romances.
- Nós vamos sair hoje. E isso não é um
pedido – reviro os olhos e bufo
- Cassie – digo meio manhosa – hoje eu
não...
- Calada, nós vamos e não tem discussão –
solto um risinho fraco e ela ri vitoriosa – Vamos – ela me puxa pelo braço e me
arrasta pelo campus.
Quando chegamos ao apartamento eu tomo um
banho rápido e me arrumo. Cassie disse que era uma festa de algum amigo dela.
Não entendi bem ao certo. Fico na sala encarando uma parede branca. Deixo minha
mente viajar e meus olhos acabam me levando a foto. Ela está na estante em um
porta-retratos. Caminho até a foto e a seguro nas mãos. Justin esta lambendo
meu rosto e eu estou gargalhando de olhos fechados.
- Sinto sua falta JB – sussurro baixinho e
abraço a foto por alguns segundos. A deixo em cima da estante quando ouço
Cassie vir pelo corredor. Viro-me para ela e ela parece impressionada.
- Cecília, você está linda – ela sorri e
faz sinal para que eu gire e assim eu faço enquanto dou risada
- Você também está Cassie – ela agradece
com uma pequena reverencia e pega as chaves do carro.
- Vamos – assinto. Saímos de casa e
trancamos tudo.
Quando chegamos ao lugar da festa já eram
22:00. Agradeço mentalmente por não termos aula no outro dia. Era uma espécie de
salão de festas. Quando entramos tinha uma decoração bem legal. Alguns balões,
luzes piscando, uma mesa com bebidas, outra mesa com alguns doces e comidas, um
DJ e um palco. Não sabia que música estava tocando, mas era bem animada. Logo
encontramos uma mesa e nos sentamos. Algumas pessoas conhecidas da faculdade
estavam ali, e Cassie conversava com elas de maneira simpática. Eu não podia
dizer o mesmo de mim. Estava cansada e só queria dormir. Festas ultimamente me
deixavam desanimada. Levanto-me e vou beber algo. Encontro uma daquelas
travessas cheias de ponche vermelho e encho um copo de plástico laranja com
ele. Tem gosto de cereja. Volto para a mesa, mas Cassie nem o resto das pessoas
estão ali. Começo a andar pelo local e não os acho. Quando me viro pensando em
ir embora um cara me segura pelos ombros.
- Você é Cecília? – ele pergunta e eu me
afasto um pouco
- Sim – respondo meio receosa. Ele sorri
- Preciso que venha comigo – ele estende a
mão. Eu me nego no começo, mas depois não vejo mal algum. Ele me puxa até um
lugar próximo ao palco onde só existe uma cadeira. – Espere aqui – antes que eu
possa perguntar o que esta acontecendo ele sai correndo. Eu me sento e fico
esperando algo acontecer, mas por um longo tempo nada acontece. E então as
luzes se apagam. Eu agarro a cadeira, mas não ouso me levantar. A musica
Flashlight da Jessie J começa a tocar uma luz se acende. Uma imagem aparece no
pano branco do palco. Sou eu quando era criança junto com Justin. Meu corpo
treme. Outras imagens minhas com ele passam e então um vídeo começa e a musica
fica mais baixa, como se fosse de fundo.
“- O que estão fazendo? – a voz de Pattie ecoa. Me lembro daquele dia.
Ela havia comprado a câmera recentemente eu e Justin tínhamos 7 anos
- Mamãe, mamãe – Justin corre para a mãe e para sorridente
- O que foi querido? – ela pergunta carinhosa como Pattie sempre fora
- Ela aceitou, ela aceitou – responde Justin sorridente e saltitante.
Eu sorrio ao me lembrar do que vem a seguir
- Ela aceitou o que? – Pattie ri com a confusão do pequeno
- Cecíl aceitou meu pedido. Quando formos grandes ela vai ao baile de
formatura comigo – ele salta e a música começa a aumentar novamente.”
Mais fotos começam a passar como se
passassem em ordem cronológica. Uma foto de nossa primeira tatuagem passa.
Fizemos aos 16 anos, depois que Justin acordou do coma. Não contamos a ninguém
que faríamos. Era uma ancora no começo da curva do braço. Minha mãe quase nos
matou, mas entendeu nossos motivos depois. Instintivamente toquei a tatuagem e
sorri. Mais um zilhão de fotos passaram e então a ultima elas foi a do dia do
baile da escola e nesse mesmo momento a música acabou. Um holofote parou no
palco e nada aconteceu por um momento e então um barulho como se alguém batesse
no microfone soou.
- Você aceitou meu pedido aquele dia – a voz
de Justin ecoou por todo o lugar – mas no dia do baile de verdade eu te
decepcionei. Não levei você como minha parceira de verdade. Fingimos tudo para
deixar outra garota com ciúmes. – ele riu fraco. Onde ele estava? – Depois que
consegui isso, você foi embora. Você veio para Massachusetts. E cara, eu não
imaginei que fosse possível alguém ficar como eu fiquei. – a luz foi para o
canto do palco e então Justin apareceu ali. Andando para o centro do palco. Ele
parou no centro e uma luz fraca veio em minha direção. Ele me encarou e sorriu.
- Você sempre foi minha melhor amiga, nós
sempre cuidamos um do outro, sempre fomos confidentes um do outro. – ele fez uma
pausa, molhando os lábios como sempre fazia – Sabe, quando meus pais morreram,
eu estava na escuridão. Eu não saberia seguir, eu não saberia me levantar se
você não estivesse lá. Você sempre foi minha lanterna nos momentos escuros.
Você sempre me guiou. Você sempre esteve lá. E eu fui tão burro, tão cego em
não perceber que você estava lá, não só como minha amiga, mas como alguém que
gostava de mim, mas eu fui mais cego e burro por não perceber lago muito
importante: Eu também gostava de você. Caramba, eu gostava tanto de você que
quando aquele Andrew quebrou seu coração eu fui atrás dele e dei uma surra nele
– eu solto uma risada fraca. Ele coloca uma das mãos no bolso da calça social.
- Sabe Cecíl – ele olhou para as pessoas no
lugar – Só eu posso chamá-la de Cecíl – todos gargalham e ele volta sua atenção
para mim – Sabe Cecíl... Eu sempre te olhei de um jeito diferente, mas eu nunca
pensei que fosse como alguém que eu gostasse. – ele ri fraco – Naquele dia
quando você me disse que gostava de mim, meu coração chegou na boca e voltou
para o peito, mas então eu agi como um idiota. Eu achei que não fosse bom para
você. E durante toda a minha caminhada até aquele palco para receber a coroa de
rei do baile eu pensei nisso. Quando beijei Tiffany eu queria que você deixasse
de gostar de mim por que eu não queria estragar tudo. Eu fui a sua casa e sua
mãe me disse que você não estava lá eu subi até sua janela e você estava dormindo.
Eu fiquei lá esperando você acordar. Quando te perguntei sobre pedir pra sua
mãe mentir pra mim e você me contou a história da sorveteria ao invés de dizer
a verdade eu soube que havia quebrado seu coração. E eu me senti como Andrew e
quis quebrar minha cara. Continuei com Tiffany por uma semana depois daquilo,
mas não havia uma noite que eu não ia até sua janela e me sentava lá e esperava
que você aparecesse. E então eu percebi algo que sua mãe já sabia – ele ri e eu
também – Eu gostava de você. E eu não te tirava da cabeça. Eu fui para a
faculdade e todas as vezes que eu entrava na aula eu pensava “A Cecíl sempre adorou piano, principalmente
quando eu tocava para ela” quando eu ia para a aula de violão eu pensava “A Cecíl adora o barulho que os dedos fazem
ao deslizar pelas cordas do violão”. Em uma aula eu enchi uma folha do meu
caderno com seu nome. Eu não me concentrava em nada. E então um dia passando
por um grupo de estudantes de poesia um deles disse ao outro que quando uma
garota maravilhosa diz que gosta de você e você começa a sentir algo estranho
dentro de você desde então isso não quer dizer que você passou a gostar dela
também. Isso quer dizer que você sempre gostou dela também. – seco o canto do
meu olho quando uma pequena lagrima se forma ali.
- Eu fui um idiota com você. Você me deu
seu coração de tantas formas diferentes e muitas vezes eu quebrei seu frágil coração,
mesmo sem saber. Eu quero que me perdoe por isso minha pequena Cecíl. – ele desce
do palco e a luz o segue. Ele caminha até mim e para em minha frente. Eu o encaro
e percebo algumas olheiras.
- Eu não sabia o que fazer, mas então eu me
lembrei daquele vídeo onde eu te pedi pra ir ao baile comigo e você aceitou.
Porém o baile já havia passado. E então eu descobri o número de Cassie e ela me
ajudou a criar um novo baile aqui. E eu tenho uma pergunta pra te fazer Cecília
Snow – ele se ajoelha e alguém trás um buque de tulipas e o entrega a ele. –
Tulipas por que você acha rosas clichês – dou risada assim como todos no local –
Cecíl você quer ir ao baile comigo? – ele estende o buque e eu percebo a expectativa
de todos
- Você veio até Massachusetts só para me
levar ao baile e acha que vou dizer não? – ele ri e eu pego o buque. Ele se
levanta e alguém chega perto de mim. Percebo que é Cassie
- Pode deixar o buque comigo – entrego a
ela e Justin estende a mão para mim.
- Você aceita dançar comigo madame? – dou uma
risada e seguro sua mão
- Claro que sim gentil cavalheiro – ele ri
e entrega o microfone a um garoto. A música Flashlight começa novamente. E
começamos a dançar. Ele me gira algumas vezes durante a dança o que me lembra
nossa infância. Quando a música acaba ele faz sinal para que eu espere e vai
até o garoto do microfone.
- Bom... Eu não vim de Atlanta até
Massachusetts para lhe trazer ao baile – ele admite e eu fico imóvel – Eu percebi
que você, Cecília Snow, foi algo maravilhoso que sempre aconteceu na minha
vida. E eu não posso simplesmente ser um idiota que sai por aquela porta depois
de te levar ao baile. – ele respira fundo – Você me deu seu coração muitas vez,
como eu já disse, e todas essas vezes eu não conseguia ver. Agora que consigo
ver claramente, eu gostaria de saber se você está disposta a me dar seu coração
novamente. Eu prometo que vou cuidar dele com todo o meu coração. – ele vem em
minha direção e novamente se ajoelha. Segura minha mão de maneira suave e
lagrimas já se formam em meus olhos – Cecíl você quer ser minha parceira nessa
eterna dança que é a vida? Quer ser sempre minha melhora amiga? Minha
confidente? Enfim... Cecíl você quer ser minha namorada? – as pessoas parecem
não respirar para ouvir o que tenho a dizer.
- Sim JB. Sim. Sim. Sim – eu digo alto e
ele se levanta. Sem muito enrolar ele me beija. Um beijo cheio de urgência e
paixão. As pessoas gritam a nossa volta, mas nada importa. Somos nós dois. Um
do outro. Quando o ar acaba ele se afasta um pouco encostando nossas testas.
Nossas respirações estão descompassadas Ambos sorrimos como idiotas. Um garoto
chega com uma caixinha preta e entrega a Justin. Ele abre e lá tem duas
alianças de compromisso. Ambas têm um ancora gravada do lado de fora. Justin
pega uma delas e coloca no meu dedo. Eu pego a outra e coloco em seu dedo. Ele
me levanta e me gira no ar com um abraço. Eu gargalho. Ele me coloca novamente
no chão e me beija. Dessa vez um beijo mais calmo, porém com a mesma paixão.
- Eu esperei por isso durante os últimos três
meses, na verdade acho que esperei por isso a vida toda, só não percebi – ele diz
depois de nos afastarmos
- É recíproco – declaro e ele sorri.
Começam a tocar uma musica e as pessoas resolvem dançar. Eu e Justin ficamos
encostados no palco. Uma de suas mãos em minha cintura e minha cabeça apoiada
em seu ombro.
- Como vamos fazer em relação a distancia? –
pergunto subitamente e Justin ri. Ele me puxa pela mão e começa a dançar comigo
- Bom... O MIT tem faculdade de música e
bem... eu fui aceito – ele diz de maneira indiferente, mas depois sorri. Eu o
abraço forte e ele gargalha. Ficamos dançando abraçados por um longo tempo.
- Eu te amo Cecíl – ele diz e eu sorrio sem
me afastar
- Eu também te amo JB – digo ainda colada a
ele. Aquela sensação era maravilhosa
- You’re
my flashlight – ele canta baixinho e eu sorrio.
Por toda a minha vida eu esperei por ele.
Como ele mesmo disse “Eu era sua lanterna nos momentos escuros”. Estar ali
naquele momento com Justin, sabendo que moraríamos um perto do outro e que tínhamos
uma vida inteira pela frente, e que provavelmente passaríamos ela juntos era
lago realizador. Viver sem saber o que realmente é sentir o amor é como viver
no escuro. Quando você encontra esse amor e se dispõe a senti-lo a deixar que
ele tome conta de você é como encontrar uma lanterna no meio da escuridão.
Naquele momento eu agradeço por ter
encontrado minha lanterna no meio da escuridão.
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Oi oi Brigadeiros. Bom está ai mais uma Oneshot.
Era pra eu ter postado ontem, mas não rolou então postei hoje.
Espero que tenham gostado, por que eu gostei de escrever. E sim eu estava escutando a música Flashlight quando escrevi o final de PROM? hahaha
Meus brigadeiros fico muito agradecida pelos comentários e pelas views em Miles Away. Obrigada pelo carinho de vocês = )
Eu não tenho mais o que dizer por aqui.
Então Tchau, um beijo e um queijo. E até a próxima, Bigadeiros <3 span="">3>
A M E I! *-*
ResponderExcluirFicou perfeito, parabéns <3
Obrigadaaa guria *-*
ExcluirAdoro os comentários de vocês cara.
#Brigadeiros
Stalkeando o blog pq sim. Haha, MDS chorei! Pft d++
ResponderExcluirIt's like you read my mind! You seem to know a lot about this, like you wrote the book in it or something. I think that you can do with some pics to drive the message home a little bit, but instead of that, this is fantastic blog. A great read. I will definitely be back.
ResponderExcluirArchitects in Chennai