27 de dezembro
Não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. O frio na barriga estava maior do que pudera estar a semana inteira, eu estava mais inquieta do que já estive em toda a minha vida e tudo que se passava na minha cabeça era se tudo aquilo estava realmente acontecendo. Parada em frente aquele espelho eu me encarava pela milésima vez. Estava tudo como eu imaginei, melhor até, mas a sensação de que algo faltava era latente dentro de mim. Vi, por cima de meu ombro, o rosto de meu pai surgir sorrindo. Seus cabelos negros e grisalhos entregavam que o tempo estava se passando, rápido até demais para o meu gosto.
-Esta na hora filha – seus olhos enrugados nos cantos enquanto ele sorria me diziam que ele estava realmente feliz com aquele momento. Ele caminhou até mim e segurou meus ombros deslizando suas mãos de leve por meus braços desnudos – a noiva pode se atrasar, mas não tanto – me virei para ele e sorri. Ele depositou um beijo demorado em minha testa e eu fechei meus olhos apenas deixando que aquele momento durasse. Ele se afastou e me ofereceu seu braço para que eu encaixasse o meu assim o fiz.
Nossa caminhada começou até o quintal do sitio que havíamos alugado para a cerimônia. Quando chegamos embaixo do arco inicial, as pessoas se levantaram e a marcha nupcial iniciou. Comecei a caminhar e tudo parecia devagar, eu não olhava para frente e várias coisas e momentos se passavam na minha cabeça. Quando olhei pra frente, lá estava ele, no altar, me olhando concentradamente, mais concentradamente que qualquer pessoa ali. E naquele momento tudo virou um turbilhão dentro de mim. Senti o beijo de meu pai em minha cabeça e sai de meus devaneios. Meu noivo veio até nós e meu pai lhe entregou minha mão sorrindo
-Cuide bem dela – advertiu meu pai, me lançou um olhar e logo começou a caminhar para o banco reservado para ele.
-Você está linda – a voz de meu noivo soou baixa próxima de minha orelha e eu o encarei
-Obrigada, você também está bonito – lhe lancei um sorriso amarelo e em seguida olhei para baixo
-Vamos? - não lhe respondi, apenas comecei a caminhar em direção ao altar.
O padre começou a cerimonia e todas as pessoas se sentaram. Durante todas as palavras ditas pelo padre minha cabeça vagava e eu nunca me senti tão longe do meu corpo. Parecia que minha alma via tudo de longe enquanto meu corpo estava parado ali, vazio. Uma mão enrugada e pálida passou em frente a meu rosto e eu acordei de minha divagação.
-Alice? Está tudo bem? - O padre me perguntou com seu sorriso mais amistoso no rosto. Era doce e gentil.
-Sim padre, desculpe – sorri suavemente para ele – o que disse? - algumas pessoas riram e meu noivo as acompanhou
-Estava dizendo que o casamento é a união de duas pessoas, dois corações, que nasceram pra ficar não apenas um dia juntos, mas para sempre – meus olhos se encheram de lagrimas enquanto ele dizia aquelas palavras – e por isso, Alice Smith, eu te pergunto nesse dia – senti, involuntariamente, minha respiração ser presa - Você aceita David Miller como seu esposo? - encarei o padre, David, meu pai e por fim aqueles olhos que continuavam sobre mim desde que a cerimonia teve inicio. Na lateral do altar, naquela fila de padrinhos Justin me olhava confuso como todos naquele lugar, mas naquele momento apenas aquele par de olhos pareciam me interessar. Uma lagrima me escapou dos olhos.
-Alice? - David segurou minha mão voltando minha atenção para ele. Ele sorria, porém, olhava todo o meu rosto em busca de algo que pudesse dizer o que estava acontecendo.
-David – soltei minha respiração pesadamente – Desculpe, eu não posso fazer isso – soltei sua mão e ele tentou pega-la de novo, porém não permiti.
-O que? Amor, eu entendo se estiver assustada, eu também estou, mas nós vamos...
-Não David, nós não vamos nada – disse o interrompendo – eu sinto muito, mas nós não somos as pessoas certas um para o outro, tentamos ser, mas não somos – repousei meu buquê em cima da mesinha que estava a nossa frente e com minhas duas mãos segurei seu rosto - Você é ótimo David, tem um coração maravilhoso e espero realmente que encontre alguém que vá te fazer feliz, de verdade, mas eu não sou essa pessoa – ele sorriu levemente e eu puxei sua cabeça suavemente depositando um beijo em sua testa. Me afastei dele e desci do altar, indo em direção a meu pai e ele se levantou de súbito - Desculpa pai, mas eu não posso fazer isso – Me lançando um sorriso ele sussurrou um "Vá ser feliz querida" com isso eu tirei os saltos de meus pés e caminhei pelo mesmo lugar por onde entrei, com todos aqueles convidados me encarando. Alguns confusos, outros com olhares de reprovação e outros simplesmente me lançando olhares de apoio.
Ergui meu vestido e corri para a entrada do sitio onde um carro com motorista esperava pelos noivos, porém, ele só teria a noiva. Assim que entrei no banco de trás do carro ele me encarou como quem pergunta onde meu noivo estava.
-Serei só eu - ele apenas deu a partida no carro
-Para onde devo leva-la senhorita? - ele me olhou pelo retrovisor e eu encostei minha cabeça no vidro frio da janela
-Para o hotel onde iria nos levar – e a partir dali nada mais se escutava no carro além de nossas respirações e o rádio baixo que tocava alguma música qualquer. [...]
Quando o carro parou em frente ao hotel eu apenas liberei o motorista para voltar ao sitio e adentrei o grande e luxuoso saguão. Todos me olhavam, afinal de contas não era sempre que se via uma mulher sozinha, num vestido branco no melhor estilo noiva em fuga em um saguão de hotel. Me direcionei a recepção, onde uma mulher, um pouco mais velha que eu me via seguir em sua direção. Dei a ela meu nome e número de documentos e ela digitou algumas coisas me entregando o cartão do quarto. O peguei agradecendo e seguindo para o elevador.
Ao entrar no quarto encarei as cortesias que o hotel havia deixado para David e eu. "Felicidades ao casal" dizia um cartão que eu olhava por um longo tempo enquanto imaginava o que deveria estar acontecendo lá. Caminhei até minha mala e a joguei em cima da cama, separei a roupa que usaria na manhã seguinte para nossa viagem à Cancun e mais uma blusa de moletom grande. Tirei o vestido de noiva e o pendurei no cabide que estava separado para ele. Me sentei na cadeira de frente para a penteadeira e pouco a pouco fui me livrando das joias, grampos de cabelo e maquiagem. Tirei minha lingerie caminhando em direção ao banheiro entrando na água quente e permitindo que ela me lavasse e talvez, só talvez, levasse para longe a incerteza da minha decisão. Fechei meus olhos me deixando levar por meus pensamentos, dessa vez, completamente.
25 de dezembro 00:15
Me afastei dele antes que algo pudesse acontecer e passei as mãos enluvadas por conta do frio nos cabelos.
-O que acha que está fazendo Justin? - estava desacreditada daquilo que acabara de quase acontecer, de toda aquela proximidade, de toda aquela tensão entre nós.
-Alice, não me diga que não sentiu isso também!
-Senti o que? - alterei um pouco o tom de voz, mas não me importei já que todos estavam na sala da lareira e nós estávamos na varanda de trás da casa. Ele novamente se aproximou e me segurou pelos ombros.
-Toda essa tensão, essa respiração falhada, o coração acelerado, as mãos suando – ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e em seguida segurou meu queixo - é a mesma coisa de quando éramos adolescentes Ally – o encarei e ele molhou os lábios da forma que ele sempre fazia. Despretensiosamente.
-Não é a mesma coisa – me afastei novamente
-E o que mudou? - respirei fundo e soltando o ar devagar, o respondi
-Eu vou me casar daqui a dois dias Justin – novamente ele caminhou até mim e parou a minha frente, porém sem me tocar dessa vez
-Com um cara que você sabe que não ama – uma pausa me permitiu escutar o vento soprar as arvores - Não como você me ama – encarei aqueles olhos que se mantinham fixos em mim e pareciam saber cada palavra que eu tinha a dizer. Um longo silêncio se instalou entre nós até que ele novamente segurasse meu queixo e me fizesse olha-lo.
-O que você espera que eu diga? - dei um passo para trás - Que eu te amo intensamente desde de a droga do dia que te conheci, até hoje? Ou quer que eu te diga que eu esperava estar me casando com você daqui a dois dias? - pela primeira vez ele me pareceu surpreso – Se é isso que espera Justin, então aí está, essa é a verdade – ele deu um passo à frente e eu recuei – Eu esperei você Justin, por um longo tempo, enquanto você entregava tudo que eu esperava receber, para outras. Eu te esperei, eu guardei meu amor pra você, enquanto você viajava por aí descobrindo o mundo e encontrando sua própria felicidade longe de mim – sequei uma lagrima que começou a escorrer e respirei fundo – Mas eu não pude te esperar pra sempre, não dava mais, e então, depois de um longo tempo eu me permiti ser feliz sem você, e nesse tempo de sem você, o David apareceu. - sorri no meio do choro que havia decidido não segurar – E talvez ainda tenha algo aqui dentro que eu não consiga preencher, por que por mais que eu goste do David, eu não o amo como eu amo você, mas agora já é tarde pra você chegar e tentar recuperar algo que é seu desde o dia que eu te conheci, por que eu vou me casar daqui a dois dias, com o David – ele já chorava. Um longo silêncio se instalou e nós só ficamos parados um de frente para o outro até porta se abrir e a imagem de meu pai aparecer sorrindo e em seguida preocupado
-Está tudo bem com vocês dois? - meu pai não se aproximou e não houve resposta de Justin, ele apenas olhou para baixo.
-Está pai, só nos dê um minuto – meu pai apenas acenou positivamente com a cabeça e entrou na casa novamente. Sequei minhas lagrimas e caminhei em direção a porta. Parei em frente a ela antes de abri-la - Por que só agora Justin? Por que só me disse isso agora? - fiquei parada olhando a madeira da porta aguardando minha resposta.
-Porque só agora percebi que posso te perder pra sempre – fechei as mãos as apertando fortemente. Pensei em mil coisas que poderia fazer, mas no fim, só entrei em casa o deixando sozinho, e esperando ficar sozinha também.
31 de dezembro
Estava sentada no sofá de frente para a grande janela de vidro que me dava vista da Times Square. Cheio de pessoas à espera da meia noite, aquele lugar parecia mais brilhante e mais cheio de vida que nunca. Minha amiga Jess havia me convidado para ir ver a descida da bola no meio da multidão com ela e o namorado, mas eu não estava no clima de multidões então decidi apenas assistir do apartamento. Desde o dia do meu não acontecido casamento eu havia ido para Nova Iorque dar um tempo sozinha, sem ninguém no meu pé. Havia ligado para meu pai que não quis saber onde eu estava, apenas respeitando meu tempo de solitude. A única pessoa que sabia que eu estava em NY era Jess, mas sabia que ela não diria a ninguém. Meu pai havia me contado que tudo virou uma loucura depois que eu sai, mas que David estava lidando muito bem com tudo que havia acontecido e que também estava viajando. Depois de tudo, era normal que quiséssemos um tempo de todos. Ficamos juntos por três anos antes de decidirmos nos casar, mas acho eu no fundo, ambos sabíamos que estávamos decidindo nos casar mais pela comodidade do que pelo amor em si. Não nos entenda mal, existia sim amor, mas não um amor capaz de sustentar um casamento, uma convivência diária, brigas e defeitos um do outro. Nós até tentamos fazer a coisa acontecer, durante o noivado moramos juntos, mas as brigas e discussões eram constantes. "Então por que esperaram até o dia o casamento para decidir não seguir em frente?", bom, acho que seguiríamos se não fosse Justin aparece com toda aquela história e me fazer ficar com a mente e o coração todo bagunçados. Acontece que eu e David havíamos chegado a um ponto onde, apesar das brigas, estávamos confortáveis com um com o outro e íamos seguir assim, afinal nós nos gostávamos e isso parecia suficiente, mas claramente não era.
Dei outro gole em minha cerveja e então minha campainha tocou. Certamente era Jess passando aqui para me convencer a ir com ela, ou me arrastar.
-Jess, já disse que não... - assim que abri a porta as palavras sumiram e senti minhas pernas gelarem, e não era pelo frio.
-Oi Ally – sua voz rouca ecoou pelo pequeno hall de entrada do apartamento e eu senti todo meu corpo arrepiar – Posso entrar? - Antes eu conseguisse pensar em que palavras dizer, abri espaço para ele entrar e ele assim o fez pendurando o casaco enquanto eu fechava a porta. Sem espera-lo eu segui para a sala me colocando de pé no meio dela.
-O que faz aqui Justin? - perguntei assim que ele parou em minha frente – Como sabia eu estava aqui? - ele colocou as mãos nos bolsos da calça de moletom e encolheu os ombros.
-Eu preciso falar com você e você passou as últimas viradas de ano aqui, então apenas tentei a sorte – o encarei inclinando a cabeça curiosa
-Apenas Jess sabia que eu vinha para cá nos finais de ano, como descobriu isso? - ele sorriu molhando os lábios
-Ally eu sempre me preocupei com você e como você não atendia minhas ligações no ano novo eu sabia que se alguém saberia onde você estava esse alguém era Jess. - ele respirou fundo – Eu ligava para ela todos os anos e pedia para que te desse um abraço por mim quando te visse – tentei não fazer cara de surpresa, mas acho que talvez não tivesse sucesso.
-Ta bem – respirei fundo – e o que quer falar comigo? - me encostei no sofá sem me sentar, esperando sua resposta
-Ally – ele se aproximou ficando a apenas um passo de mim – eu vim aqui pra te dizer que eu sinto muito por ter parte em você desistir do casamento... - o interrompi
-Você não... - ele me interrompeu
-Me deixe terminar – ele relaxou mais os ombros – como eu ia dizendo: eu sinto muito por ter parte em você desistir do casamento se você realmente queria se casar com David, mas se não queria eu preciso te explicar algo muito importante – olhei diretamente em seus olhos e aquilo me fez estremecer – Eu não encontrei minha felicidade longe de você - ele passou as mãos pelos cabelos deixando-os bagunçados - Eu tentei, juro que tentei, mas não consegui, tentei e me enganei muito durante todo o processo, mas quando eu deitava minha cabeça no travesseiro a noite era em você que eu pensava, era você que eu queria ao meu lado, na cama de qualquer lugar que estivesse. E por mais que você ache que haviam outras ocupando um lugar que era seu, não haviam. Eu fiquei um tempo com a Megan, mas durou apenas dois meses, e depois dela, eu tentei encontrar outra pessoa, mas eu não conseguia por que eu estava procurando em todas elas alguém que só existia aqui, alguém que era e continua sendo você Ally. Alguém que ri das minhas piadas e brincadeiras sem sentido, alguém que sabe como eu gosto de colo pra dormir, alguém que adora meu café, alguém que odeia filmes de terror, mas assiste comigo mesmo assim, alguém que não acha que eu gostar tanto de coisas de criança é uma bobeira. - meus olhos estavam marejados assim como os dele
-Mas por que nunca me disse isso? Por que foi pra longe? - era tudo que eu queria entender naquele momento
-Por que apesar de cuidar de você Ally, eu sempre achei que você pudesse encontrar alguém melhor que eu. Alguém que pudesse te dar tudo que você merece de uma forma melhor do que eu poderia. Olha pra mim Ally! Eu adoro viajar e seria incrível dividir isso com você, mas isso não te da estabilidade nenhuma. Um dia eu estou fazendo um mochilão pela Europa no outro já estou na Austrália. É tudo uma bagunça, uma bagunça que eu sempre gostei, mas a qual você nunca mostrou nenhum interesse, e na época eu queria viver isso, assim como você queria viver outras coisas. E quando o David apareceu, eu pensei que você tivesse encontrado essa pessoa que ia te fazer muito feliz. Me doía tanto saber que era ele e não eu, mas naquele momento eu sabia que não tinha volta pra mim. - ele secou as lagrimas do rosto e respirou fundo, fui a gaveta da estante e peguei uma caixa de lenços de papel peguei um para mim e lhe entreguei outro. - Mas quando eu cheguei na casa do seu pai na véspera do Natal e te vi com ele eu soube que precisava fazer algo ou te perderia pra sempre, e por isso quase te beijei naquela varanda. Quando você entrou e eu fiquei lá sozinho eu só conseguia pensar que eu havia perdido a mulher da minha vida por ser um idiota. No dia do casamento eu pensei em não ir, mas acabei pensando que seria a minha única chance de te ver vestida de noiva, e eu queria ter certeza que seria tão linda quanto eu já havia imaginado – ele riu um pouco e eu o acompanhei
-E foi? - sequei outra lagrima que caiu
-Foi muito melhor – senti minha bochecha ficar quente e ele sorriu – Por mais que não fosse para mim, eu só tinha olhos pra você. Você parecia um anjo. O mais lindo de todos os anjos – por que ele fazia isso comigo mesmo depois de tanto tempo? Por que ele continuava me deixando desconcertada? - Naquele momento eu só pensava em como eu era um idiota e em como David era um cara de sorte, e enquanto eu pensava isso, repetidas vezes, aconteceu algo que eu não esperava. Você me olhou e logo em seguida desistiu do casamento. Houve toda uma loucura depois que você foi embora, mas ai enquanto eu estava sentado num daqueles bancos tentando entender o que tinha acabado de acontecer, seu pai se sentou do meu lado e me disse algo que me fez querer correr atrás de você no mesmo instante
-O que?
-Ele me disse: "Foi por ela, principalmente por ela, mas se você não tivesse aparecido e dito, seja lá o que disse pra ela no Natal, ela nunca teria desistido. Foi primeiro por ela, mas também foi por você. Dê alguns dias a ela, mas não perca a chance de ser e fazer ela feliz" - ele deu mais um passo à frente e ficou mais próximo de mim – E por isso Alice, eu estou aqui. Pra não perder a chance que quase me escapou a alguns dias – ele segurou meu rosto com ambas as mãos e se aproximou. Meu estomago mexeu e virou de cabeça pra baixo. Ele juntou nossos lábios em um beijo calmo e sem pressa alguma. Um beijo esperado por mim a anos e que era melhor do que eu podia imaginar. Quando ele se afastou eu só consegui sorri e percebi que não era única.
-O que isso quer dizer?
-Isso quer dizer – ele pegou uma caixa do bolso de sua calça e a abriu mostrando dois anéis de prata – Que eu quero te namorar Alice Smith, você aceita? - provavelmente eu tinha um sorriso de orelha a orelha, mas eu não queria esconder
-Eu aceito, aceito e aceito – o abracei e ele riu. Ele colocou o anel em meu dedo e eu fiz o mesmo. Eu estava namorando o homem que eu esperei a vida toda e aquilo era surreal, mas ao mesmo tempo incrível. O som das pessoas fazendo a contagem regressiva começou e nós nos viramos para a janela contando junto com elas. Logo fogos coloridos invadiram o céu de NY e por um segundo eu tive medo de ser tudo um sonho, mas assim que senti Justin me abraçar pela cintura eu soube que era real.
-Feliz ano novo, meu anjo – eu me virei para ele e o beijei
-Feliz ano novo, amor –ele sorriu e me abraçou apertado.
05 de janeiro
-Tchau pai – o abracei forte e ele apenas retribuiu – Eu te amo – beijei seu rosto e ele sorriu
-Eu também te amo, filha – ele me soltou e se virou para Justin – Cuide bem dela – eles se abraçaram e eu apenas sorri
-Pode deixar sogrão - meu pai riu e bateu levemente no ombro de Justin. Fomos em direção ao portão de embarque e entregamos passagens e passaporte a atendente. Caminhamos de mãos dadas pelo corredor que nos levaria até o avião.
-Você tem certeza que é isso que quer? Viajar por aí sem rumo certo, comigo? - nesse momento ele soltou minha mão me abraçando pelos ombros
-Sim – respondi – Meu lugar é onde você estiver. E além disso, nós vamos ter o tempo certo para aquietarmos em algum lugar – ele beijou minha bochecha
-E quando esse dia chegar, vai ser um prazer poder aquietar ao seu lado. Dividindo todas as coisas rotineiras da vida – o olhei de canto
-Será que você consegue aguentar a rotina? - ri fraco
-Por você vale a pena.
Naquele momento eu soube, que tudo que já havia se passado, tinha valido a pena. Por que agora, eu não me sentia completa, eu me sentia transbordante e essa era a melhor sensação que eu poderia experimentar.
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Ei brigadeiros
Faz bastante tempo já né?
Enfim... Escrevi esse oneshot por esses dias e decidi postar pra vocês. Não sei nem se alguém ainda lê o blog, mas decidi postar.
É isso
Se eu não voltar aqui até lá...
Feliz natal e que o novo ano de vocês seja incrível. Que seja um tempo de coisas maravilhosas na vida de cada uma de vocês.
Obrigada por tudo que vocês me proporcionaram alguns anos atrás, eu amava (continuo amando) todo o carinho de vocês. Vocês são demais meus brigadeiros.